Algumas palavras...

"Tal como o orvalho que surge e desaparece,
assim foi a minha vida
Mesmo o esplendor da fortaleza de Osaka
É um sonho dentro de um sonho."


Toyotomi Hideyoshi; um dos três líderes da unificação do Japão

2 de julho de 2011

Marchando para Decadência

Mais uma vez o Brasil exibe, com orgulho, a insígnia do que comumente chamam de “liberdade de expressão”: a demonstração-mor da democracia. Além disso, faz parte da peculiaridade da democracia brasileira, ou melhor, da liberdade de expressão brasileira, o direito de organizar-se de modo a dizer o pensa e fazer o que bem entender às custas do Estado. À este direito, validam toda e qualquer forma de manifestação, mesmo que isso implique em sujar a imagem de outrem.
Por sermos um país democrático – argumento infalível –, às vezes a sociedade curva-se para satisfazer o ego das minorias, que de tão minorias e reprimidas, precisam canalizar sua insatisfação protestando – mesmo que o conteúdo do protesto pareça, e é, o mais absurdo possível.
É mais que evidente e compreensível que essa classe, se é que podemos chamar de classe, busca o direito de se ludibriar, definhar e destruir-se, física, espiritual, moral e intelectualmente; sendo, além de tudo, utilizada como instrumento, “massa de manobra” ou idiotas úteis (como queiram chamar), para forças que nem ao menos (acho eu) compreendem.
Entretanto, há algumas coisas que gostaria de expor sobre esta Marcha da Maconha realizada hoje, 02/07/2011, na qual foi coberta pela UOL (e apoiada, é claro).
No início do vídeo, vemos um sujeito coberto com nossa Bandeira Nacional, dançando e cantando. Ao ver esta cena, lembro-me do trecho de um poema de Cleide Canton: “E jamais usei minha Bandeira/ para enxugar o meu suor/ ou enrolar meu corpo/ na pecaminosa manifestação de nacionalidade.” – o desrespeito para com o símbolo do país é um ato indigno, e em sua arrogância e pré-potência, este sujeito usa-a como ferramenta de provocação.
Prosseguindo com o vídeo, uma determinada empresária (do que?) nos privilegia com seu argumento merecendo ser transcrito: “A maconha é a droga mais sociável que existe, se você tem um, fuma um “baseadinho”, se tem vinte pessoas, fuma as vinte. Se eu acendo um, fuma todo mundo!” e ela encerra: “se todo fuma, acabou o tráfico”. Olha só que belo exemplo de senhora. Ora, mas é a droga coletiva! Quer dizer que quem estiver próximo, mesmo contra vontade, idoso ou criança, todos irão imbecilizar-se.
Não se contentando, em seguida um indivíduo de branco já propõe: “distribuindo drogas gratuitamente pra galera!” – Quem serão tão louváveis filantropos que abrirão mão do lucro para distribuir tal iguaria? Garanto-lhes que os traficantes dos morros (já legalizados como comerciantes) que não; menos ainda as FARC (esta como detentora do monopólio e distribuição legal). Sim, sim, vamos fazer a bolsa-maconha: um auxílio do governo federal àqueles que já venderam todos os seus pertences para comprar sua costumeira marijuana.
Vamos discutir o que é droga, afinal, na nossa sociedade!” grita outro. Bom, a este elemento eu aguardo sua lucidez e seus argumentos e teses, por escrito, para discutirmos. Pois se tentar argumentar “viajando”, até uma criança de cinco anos o vence com respostas bem mais elaboradas.
No instante 01:28seg., qual bandeira vamos sendo erguida? PSTU. É nítido que os maconheiros, ou melhor, os “consumidores de Cannabis Sativa”, são adeptos de partidos políticos com estas ideologias e que, aliás, são partidos que tem como proposta agregar todos os tipos de oprimidos e desfavorecido para suas causas proletárias. Mas será que o conteúdo desta minoria é do interesse estes partidos? Creio que não.
O que temos exatamente em 02:00seg.? A “Holy Bible” – a Bíblia Sagrada – símbolo do Cristianismo  sendo deformada, bem como a Estrela de Davi. Pergunto-lhes: este e o Judaísmo são favoráveis a Marcha da Maconha?
É uma ofensa clara, digna de interferência do Ministério Público. Mas este, é óbvio, não vê nisso mal algum, nem mesmos em gays vestirem-se de freira e zombar das instituições sagradas.
Em seguida, um exemplo clássico da mentalidade distorcida brasileira. É a opinião de uma auxiliar de limpeza:  “É sensacional” afirma a pobre senhora, e completa: “É uma plantação como qualquer outra”. Espero que ela reveja seu conceito do que seria uma “plantação como qualquer outra”.
Em toda matéria, durando 04:35seg., somente uma pessoa, uma mãe, se manifesta contra a liberação da droga (03:40seg.), e ainda sim de maneira a ressalvar como se todos os outros, com exceção dela, estivessem de acordo. Aqui é notável a manipulação ou a "imparcialidade" da UOL (o que não é novidade).
Disto tudo, reafirmo: o Brasil exibe sim um certo orgulho. Mas é o orgulho hipócrita e deprimente de imposição, como se fosse do consenso público, a vontade de um subgrupo social que, sob a alegoria de "liberdade de expressão", promovem atos, no mínimo, reprováveis e com a total consciência de que são "intocáveis" por serem A Minoria.  
As reivindicações são absurdas e incabíveis. E justamente por serem de tal desproporcionabilidade intelectual - visto que boa fatia dos manifestantes são estudantes universitários - é que são gritadas como se fossem justas. Os caput por trás deste marcha sabem muito bem disto e, quanto mais ilógico for o conteúdo reclamado, melhor; pois assim foge ao entendimento do povo, causando desvios e confusões de julgamento. Teremos então mais pessoas que pensem como aquela auxiliar de limpeza, ou que autocensurem como aquela mãe.  

A verdadeira liberdade depende de algo que chamamos de bom senso e princípios. E, infelizmente, falta e muito destes preceitos em boa parte do povo brasileiro, para então podermos levar a sério o conceito de "Liberdade de Expressão".

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