Algumas palavras...

"Tal como o orvalho que surge e desaparece,
assim foi a minha vida
Mesmo o esplendor da fortaleza de Osaka
É um sonho dentro de um sonho."


Toyotomi Hideyoshi; um dos três líderes da unificação do Japão

12 de janeiro de 2012

A Outra Face da Estrela: PT, Paternalismo e Propaganda

    Classificar um Partido por sua ideologia, hoje, no Brasil, é obviamente impossível, simplesmente porque não há mais outro viés ideológico se não a Esquerda, liderada pelo Partido dos Trabalhadores, vulgo PT. É uma constatação tão evidente quanto esta: não há outra ideologia tão falsa em seu conceito, formado pelo senso-comum, e tão bem aceita por todos, quanto a Esquerda. Porém, é verdade – triste verdade –, que estes dois fatos não são tratados com a devida seriedade, sinais claros do totalitarismo no Brasil.
    Quando se pergunta o que é a Esquerda e quais suas ideologias em relação à sociedade, o lugar-comum é inevitável: Defesa dos direitos da classe operária? Representantes dos trabalhadores na luta contra os patrões injustos e burgueses ambiciosos? Ideologia constituída por pessoas “do povo” que defendem o interesse do mesmo? Partidos legalmente idôneos em seus vínculos?
    Não. Não. Não. E, com certeza, não.
    A realidade é outra. Visionar a Esquerda seguindo esses conceitos é cair na armadilha ideológica dos moldes convencionais que aprendemos na escola. Já algum tempo essa concepção sobre a Esquerda foi revista mundo afora, mas parece que no Brasil, principalmente nos meios “letrados” – ditos “intelectuais” –, compostos por sectários do movimento revolucionários, ainda insistem em encenar o teatro da ‘luta social pelo bem-comum’ como bandeira desta ideologia destituída de qualquer princípio moral.
    O PT, representante-mor da Esquerda brasileira, não passa de uma organização criminosa sob fachada de partido político comum. Todavia, a estrutura petista é bem mais complexa em relação às outras. O PT age aparentemente como qualquer outro partido, mas utiliza o sistema político de forma mais específica e para um único fim: o aparato estatal é a principal via para colocarem em prática atos e medidas, a maioria delas ilegais e inconstitucionais, através da camuflagem de medidas administrativas aceitáveis, como bem assinala o Professor Olavo de Carvalho em seus estudos. Acha impossível? Não para quem têm a faca e o queijo nas mãos. O pior de tudo é que as ações criminosas deste partido são noticiadas nos jornais brasileiros com tal naturalidade cínica que absorvemo-las como algo banal.
    Primeiro, nem de longe o PT é representante da massa carente, como eles adoram discursar por aí. Incomoda-me muito o fato de muitas pessoas, a maioria de origem simples e pouco instruídas, defenderem inocentemente um partido somente porque um ex-operário ascendeu à presidência e recebem, como se fosse presente do céu, a mensal bolsa-esmola do governo.
Presente de grego
    A relação de dependência entre a massa e o Estado é imprescindível para que o Estado subjugue as massas – é essa a principal política petista e de qualquer governo esquerdista do mundo: criar um sistema paternalista em que qualquer indivíduo que não estiver sob a “proteção” do Estado (este sob domínio da Esquerda, é claro) não resistirá por muito tempo com subsídios próprios. O mecanismo é simples: subordinando ao Estado todos aqueles que, por algum meio, necessite do poder estatal para se manter, ou seja, a grande massa; para isso, criam o maior número possível de programas sociais que dêem dinheiro ao povo, ou seja, as “bolsas-esmola”.
     No final das contas, consegue-se orquestrar um ciclo vicioso que amarra cada vez mais o indivíduo ao governo pela sobrevivência. Mas isso tem um preço muito mais caro do que a simples esmola do governo: quem tem o dinheiro dita as regras, é uma lei verdadeira para a maioria, logo aquele que depende do Estado, detentor dos recursos, por instinto de sobrevivência, tornar-se-á inconscientemente uma extensão do pensamento e das ações ditadas por ele. Configura-se, nesse momento, uma ampliação do poder controlador do Estado sobre indivíduo, que culminará na influência moral e social na vida do mesmo.  A bolsa-esmola, que parece um ‘presente dos céus’, não passa de um presente de grego.
     Já diz um velho ditado: “quando o dinheiro fala, a verdade cala”, e é fazendo jus a esta máxima que a agenda esquerdista utiliza esta estratégia vil de dependência financeira, e até emocional do individuo, para penetrar no núcleo familiar e perpetuar o controle moral em favor dos interesses do Estado, este último composto por uma elite bem específica (ver próximos artigos).
    Basta observarmos as inúmeras propagandas do governo petista e no horário eleitoral gratuito do partido: em ambos os casos, este recurso ‘nunca antes na história deste país’ foi tão utilizada pela Esquerda. Dizem que ‘a propaganda é a alma do negócio’, isso eles assimilaram muito bem. A melhor forma arrecadar milhares de votos fáceis é vincular esses programas sociais que dão dinheiro ao povo à administração do partido, mostrando, obviamente, o lado florido das bolsas.
     Uma bela música de fundo, imagens alegres e um discurso épico... Nunca falham em fazer uma bela fatia da população acreditar nos petistas e fazer esquecer todos os ônus que acarretam aos cofres públicos e ao desenvolvimento econômico do país, isso sem mencionar na facilidade no desvio dos recursos destinados a estas bolsas. Mas não se enganem em pensar que essas conseqüências foram acidentais, tudo isso é claramente premeditado (ver próximos artigos).

    Cabe abrir um pequeno parênteses: não tenho pretensão nem poder para julgar se é necessário ou não estas bolsas na vida das pessoas; na maioria das situações, provavelmente seja um auxílio essencial para a estabilidade financeira de muitas famílias. Não é por este lado que estou analisando. O problema está na outra ponta do iceberg, ou seja, naqueles que fornecem estas bolsas visando manipular a vontade pública aproveitando-se da miséria que muitos enfrentam dia após dia. Não é à toa que a popularidade lulista, ou mesmo do PT, é mais intensa no Nordeste. Infelizmente, muitos dos que vivem por lá tem como única renda garantida a Bolsa-Família e é claro que não querem, e não podem, perder este auxílio... É neste terreno que impera as leis vis do mais forte, e o mais forte entende-se por aquele que tem dinheiro. José Sarney, o dono do Maranhão, que nos diga.
    Já que toquei pouco antes na questão dos recursos, é curioso ver que são pouquíssimos os que se perguntam sobre origem financeira do Partido dos Trabalhadores para organizar tão majestosas campanhas presidenciais nas últimas eleições, isto é: Lula no primeiro e segundo mandato, e, recentemente, a “primeira mulher presidente”, Dilma Rousseff. Como um partido que, em teoria, pertenceria e seria composto de pessoas da massa, “do povão”, consegue ter um dos maiores investimentos, lucros, gastos e apoio para suas campanhas? Doações da grande massa em retribuição as benfeitorias do PT na administração?

Continua na [PARTE 2]