Algumas palavras...

"Tal como o orvalho que surge e desaparece,
assim foi a minha vida
Mesmo o esplendor da fortaleza de Osaka
É um sonho dentro de um sonho."


Toyotomi Hideyoshi; um dos três líderes da unificação do Japão

4 de julho de 2011

“Dêem-me a Liberdade ou Dêem-me a Morte!”

Um pouco de história, reflexão e o reconhecimento do Quatro de Julho.
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Há exatamente 235 anos, era assinada por Thomas Jefferson, e outros grandes homens, a Declaração de Independência dos Estados Unidos da América – um marco histórico para o Novo Mundo. O rompimento com a Coroa Britânica foi, pode-se assim dizer, a força-motriz da estruturação e posicionamento das treze colônias até então, para formar os Estados Unidos. Em suma: E Pluribus Unum.
 Diante do derramamento de sangue, pólvora e discórdias – antes, durante e depois da assinatura do documento –, compreendeu-se que o processo de independência era algo árduo, duro e longo, havendo aqueles que estariam a favor do desligamento com a metrópole, e outros contra. Mas estes homens tinham a convicção que o governo da Coroa já não atendia suas necessidades, abusavam das colônias com taxações exorbitantes e absurdas, além de agir contra os interesses do povo americano.
Tea Party
Deste período temos importantes símbolos e passagens que devemos rememorar: um colono, James Otis, proferiu as palavras que representavam o pensamento daquela época: “taxação sem representação é ilegal”, em resposta as leis de taxas do Império Britânico, como o Sugar Acts.
Lembremos também do Tea Party, o famoso “chá amargo” que os colonos deram ao Império, jogando a mercadoria tipicamente inglesa no mar.
Recordemos de Thomas Paine que, com seu Common Sense, sendo distribuído, entoava os espíritos americanos para independência. Outro patriota, Patrick Henry, gritou: “Give me liberty, or give me death”.
A História dos Estados Unidos é repleta de próceres que lutaram pelo que hoje podemos definir como o exemplo mais bem sucedido de Democracia.
Este artigo não é um louvor à cultura norte-americana por si mesma, e sim, um reconhecimento e respeito a um país que soube definir suas bases e crenças religiosas – seus princípios –, aliando à economia livre – como foi bem notado por Tocqueville, em “A Democracia na América”:

Alexis de Tocqueville

“Há países onde um poder, de certo modo exterior ao corpo social, age sobre ele e o força a marchar em certa direção. Outros há em que a força é dividida, estando ao mesmo tempo situada na sociedade e fora dela. Nada de semelhante se vê nos Estados Unidos; ali, a sociedade age sozinha e sobre ela própria [...]. O povo reina sobre o mundo político americano como Deus sobre o universo. É Ele a causa e o fim de todas as coisas, tudo sai de Seu seio e tudo se absorve Nele.” P.96
Os norte-americanos desta fase da história são exemplo de pessoas que não se curvaram a mandos e desmandos do governo, que colocaram os interesses do Império acima dos anseios do povo:
“Na visão dos colonos, o governo inglês não procurava preservar a vida, a liberdade e a prosperidade. Pelo contrário, atentava com sua legislação mercantilista contra a propriedade dos colonos e, por vezes, como no Massacre de Boston, contra a vida dos colonos.” P.82
Um importante filósofo, John Locke, determinou, através de seus pensamentos, os idéias que culminariam na desvinculação com a metrópole. Assim ele diz:
“Quem quer que use força sem direito, como o faz todo aquele que deixa de lado a lei, coloca-se em estado de guerra com aqueles contra os quais assim a emprega; e nesse estado cancelam-se todos os vínculos, cessam todos os outros direitos, e qualquer um tem o direito de defender-se e de resistir ao agressor.”
Observando esse importante capítulo, ocorrido por volta no século XVIII, reflito sobre nosso atual governo brasileiro... Um governo que fere os interesses da grande maioria, esmagando a liberdade em favor de segmentos sociais que buscam, única e exclusivamente, a autodestruição do Brasil. Além disso, é um governo que passa por cima da Constituição, o que é inaceitável, e criando mecanismos que façam seu poder déspota perpetuar.
O governo atual não foge em nada da Coroa no século XVIII, taxando o povo e destituindo poder de quem não deve, e atribuindo à usurpadores. Refletindo sobre isto, lembro-me de dois famosos trechos da Declaração de Independência que não serve só para os estadunidenses, mas para todos os povos que estão submissos à estes governos ilegítimos. Nestes trechos, em que encerro este artigo, sintetiza-se o que é liberdade, e nos ensina o caminho para chegar à ela:

“Que a fim de assegurar esses direitos, governos são instituídos entre os homens, derivando seus justos poderes do consentimento dos governados; que, sempre que qualquer forma de governo se torne destrutiva de tais fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la e instituir novo governo, baseando-o em tais princípios e organizando-lhe os poderes pela forma que lhe pareça mais conveniente para realizar-lhe a segurança e a felicidade.”
“Mas quando uma longa série de abusos e usurpações, perseguindo invariavelmente o mesmo objecto, indica o desígnio de reduzi-los ao despotismo absoluto, assistem-lhes o direito, bem como o dever, de abolir tais governos e instituir novos Guardiães para sua futura segurança.”

Referências:
KARNAL, Leandro; PURDY, Sean; FERNANDES, Luiz Estevam; MORAIS, Marcus Vinicius de. História Dos Estados Unidos: Das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2007.

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